sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sebos: no Brasil e no Mundo

8 11 2007
Começou ontem a feira anual de Sebos de Natal/RN (Praça André de Albuquerque). O jornalista Jânio Vidal informou que o Estado não deu apoio ao evento. Espero que a notícia esteja errada. É isto mesmo. No Brasil, livros não merecem apoio, porque eleitores não precisam ler. Esta é a regra, que, infelizmente, só vigora aqui. Não se apóia nem livros novos. Quantas cidades do interior possuem bibliotecas públicas?
Em Paris, estamos no berço dos livros usados. Os sebos, ao longo do Sena, já fazem parte da paisagem desde o séc. XVI, quando os livros eram caros demais e os leitores se reuniam junto à Pont Neuf para vender exemplares de segunda mão. Somente nesta área, há em torno de 240 sebos expondo milhares de livros usados; talvez o maior sebo permanente do mundo a céu aberto. Que maravilha! Em Lyon, há um mercado transformado numa feira permanente de livros usados.
Na Argentina, o paraíso dos livros usados fica em Buenos Aires. Uma das principiais avenidas desta cidade, a Av. Corrientes, está repleta de livrarias, onde se vendem livros novos e usados. Também em Buenos Aires está uma das livrarias mais belas do mundo. Trata-se da livraria “El Ateneo”, que fica em um teatro desativado, na av. Santa Fé.
Na Espanha não é diferente. Em Barcelona, aos domingos, a “Plaça Reial” é palco de encontro de colecionadores de livros, selos e moedas. Também vale a pena visitar a tradicional livraria Bosch Librería (Ronda Universitat, 11 – 08007). Em Salamanca, os livros clássicos são uma festa. É fácil comprar e vender livros antigos e de “segunda mano”.
Até no Vaticano é possível encontrar livraria vendendo livro usado.
O mundo inteiro recicla conhecimento. Mas, no Brasil, nem o lixo é reciclado. Pelo contrário, livro usado é coisa do passado; é a triste exceção de quem está sem dinheiro. Aliás, o Brasil mesmo ficou para o passado…

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