27 03 2008
A Folha de São Paulo (24.3.03, A14) realizou uma reportagem com o escritor Gay Talese, 76 anos, autor do livro a “Mulher do Próximo”. O livro, publicado nos anos 80, traz um esboço da revolução sexual americana, muito importante para compreender o recente episódio que levou à renúncia do governador americano Eliot Spitzer.
Fiquei surpreso de saber uma coisa: Talese considerou que os melhores presidentes americanos (Kennedy, Lyndon Johnson, Clinton etc) traíam suas esposas. Até o líder negro Martin Luther King teve várias amantes … Ué, e por que não temos bons políticos no Brasil? Será que eles obedecem às leis conjugais? E o que falar das leis de improbidade?
O escândalo no qual se meteu Spitzer (ou no qual ele foi metido) revelou os segredos de uma rede de prostituição cabeluda, da qual participava até uma suposta cafetina brasileira - Andreia Schwartz, 33 anos.
Schwartz, que guardou todos os e-mails recebidos do governador, negou participar de rede de prostituição de luxo. Ela simplesmente organizava eventos… O problema está em quem eram os convidados para tais eventos.
A prostituição é coisa séria no Brasil. No futuro, o mercado do sexo pode ser uma saída para compensar a queda de nossa balança comercial ou, quem sabe, para quando a Amazônia for um resto de cinza fumegante.Li que 70% das prostitutas de determinado balneário espanhol são brasileiras, e a prostituição poderia justificar a retaliação que está havendo aos brasileiros neste país.
Spitzer era um político singular, porque tinha relações extraconjugais e, embora tivesse sido eleito com 70% dos votos, era visto como um político incompetente (tomando como referência os seus opositores). O americano não tolera políticos incompetentes com amantes. Mas Spitzer tinha um diferencial: apesar de incompetente, era um corajoso defensor da moralidade pública, digo pública, porque em sua vida privada gostava mesmo de se entregar aos prazeres que anunciava combater.
Para Talese, as pessoas não se importam com os escândalos escabrosos dos políticos, exceto quando a mídia repete, repete, repete o assunto. Dessa forma, o assunto se torna importante apenas quando a mídia dá-lhe importância. Ué, e porque o escândalo amoroso do senador alagoano terminou em pizza? Será que não demos importância ao caso? Será que ninguém viu a playboy com a sua amante? Afinal, quanta falta de decoro é necessária para se quebrar o decoro?
Frente aos casos que estamos vendo por aqui, Andreia Schwartz deve estar se perguntando: como é imoral essa política brasileira.
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