quinta-feira, 12 de março de 2009

"Aqui, crack é bolacha Maria"



A mobilidade geográfica é uma característica do desvio.
Acredito que a criminalidade do Brasil seja crescente. Vamos algum dia resolver o problema da criminalidade no Rio de Janeiro ou em algum outro lugar, mas não vamos resolver o problema da criminalidade no Brasil, a tomar como referência o que a nossa história recente nos tem ensinado.
Veja o caso: na medida em que os cartéis de drogas da colombia estão se tornando mais fracos, cresce a criminalidade no México. A mobilidade geográfica desvia-se das ações pontuais do Estado.
Sou cético, portanto, como os programas pontuais de combate à criminalidade. Estamos prestes a encontrar a criminalidade generalizada. Não importa o local, não importa a classe social... 
O programa Território da Paz do Governo Federal, que já foi instalado em algumas localidades violentas do Brasil, não tem força para conter a criminalidade generalizada das drogas. Pelo programa, jovens recebem assistência educacional e até uma remuneração mensal. Já são 5 bairros no Brasil que recebem este projeto. 5 bairros no Brasil e só...
O impacto do projeto é pontual. Atua como um corpo de bombeiros, mas não impede o surgimento de novos focos.
Numa pequena cidade do interior do RN, onde morei, fiquei estarrecido sobre as notícias das drogas entre jovens de classe média. Uma amiga conheceu de perto o drama, tendo perdido quase tudo por causa das drogas em um ente da família.
No final do ano passado, fiz uma visita a esta amiga e recebi o seu depoimento durante algumas horas. Ela terminou me dizendo que "aqui, crack é bolacha Maria". Sai de lá desacreditado, prometendo montar um minicurso com ela sobre a questão das drogas.
Montei o curso. Estou aguardando a oportunidade para poder ministrar a alguém... Esta é a minha parte...

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