terça-feira, 14 de agosto de 2012

No Projeto de Extensão, estamos trabalhando o filme Escritores da Liberdade. Preparei alguns pontos para levantar o debate e o estudo desse filme



  1. Quais as conclusões que podem ser tiradas a partir do filme sobre o trabalho com jovens em conflito com a lei? 
  2. Quais as conclusões que podem ser tiradas a partir do filme sobre o trabalho de ressocialização de presos? Crítica aos programas de integração; 
  3. integração e cultura dominante; 
  4. etiquetagem  e um conflito no modelo dominante de educação; 
  5. a escola reproduzindo valores da sociedade; 
  6. o sistema de oportunidades sociais; 
  7. o discurso de ódio; 
  8. a violência como parte da subcultura na resolução de conflitos; 
  9. o modelo abstrato de escola na cultura dominante; 
  10. o processo de etiquetagem na escola; 
  11. integração é possivel?; 
  12. o discurso oficial e a prática oficiosa; 
  13. o filme aborda e ajuda a compreender as dificuldades estruturais (do sistema de ensino formal ou de qualquer outro sistema – o penal, v.g.) no processo de “ressocialização” de jovens em conflito com a lei; 
  14. a escola reprodutora da divisão entre normais e estranhos; a afirmação da luta por direitos;
  15.  as estruturas dificultam a transformação, talvez por meio de microsistemas, que subvertem os valores dominantes; 
  16. o sistema etiqueta sua clientela, montando estrutura em torno disso; 
  17. o método é impraticável de replicar, multiplicar?


Artigo

Escritores da liberdade

        O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007) aborda, de uma forma comovente e instigante, o desafio da educação em um contexto social problemático e violento. Tal filme se inicia com uma jovem professora, Erin (interpretada por Hilary Swank), que entra como novata em uma instituição de "ensino médio", a fim de lecionar Língua Inglesa e Literatura para uma turma de adolescentes considerados "turbulentos", inclusive envolvidos com gangues.
          Ao perceber os grandes problemas enfrentados por tais estudantes, a professora Erin resolve adotar novos métodos de ensino, ainda que sem a concordância da diretora do colégio. Para isso, a educadora entregou aos seus alunos um caderno para que escrevessem, diariamente, sobre aspectos de suas próprias vidas, desde conflitos internos até problemas familiares. Ademais, a professora indicou a leitura de diferentes obras sobre episódios cruciais da humanidade, como o célebre livro "O Diário de Anne Frank", com o objetivo de que os alunos percebessem a necessidade de tolerância mútua, sem a qual muitas barbáries ocorreram e ainda podem se perpetrar.
        Com o passar do tempo, os alunos vão se engajando em seus escritos nos diários e, trocando experiências de vida, passam a conviver de forma mais tolerante, superando entraves em suas próprias rotinas. Assim, eles reuniram seus diários em um livro, que foi publicado nos Estados Unidos em 1999, após uma série de dificuldades. É claro que projetos inovadores como esse, em se tratando de estabelecimentos de ensino com poucos recursos, enfrentam diversos obstáculos, desde a burocracia até a resistência aos novos paradigmas pedagógicos. Em países como o  Brasil, então, as dificuldades são imensas, mas superáveis, se houver engajamento e esforços próprios.
             Nesse sentido, o filme "Escritores da Liberdade" merece ser visto como apreço, sobretudo pela sua ênfase no papel da educação como mecanismo de transformações individuais e comunitárias. Com essas considerações, vê-se que a educação, como já ressaltaram grandes educadores da estirpe de Paulo Freire, tem um papel indispensável no implemento de novas realidades sociais, a partir da conscientização de cada ser humano como artífice de possíveis avanços em sua própria vida e, principalmente, em sua comunidade.

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