domingo, 10 de janeiro de 2010

Augusto Santa Cruz, o "Guerreiro Togado" ou o bacharel cangaceiro?

Acabei de ler "Guerreiro Togado: fatos históricos de Alagoa do Monteiro", escrito por Pedro Nunes Filho (Recife: UFPE, 1997).

A obra relata uma história judiciária inacreditável sobre parte da vida de Augusto Santa Cruz, ex-promotor que entrou para o cangaço no início do séc. XX e depois torna-se juiz de direito!

O livro passa no efervescente ambiente político no sertão paraibano do início do século passado – 1910.

Publiquei no twitter trehcos desta história, que vai agora completa:

  1. Formado em Recife, Santa Cruz vem a sua cidade Alagoa de Monteiro com ideais revolucionários; torna-se um jovem promotor eloqüente. Isso no início dos anos 1900. Deixa o Ministério Público. Indignado com acontecimentos políticos, forma um grupo de justiceiros. Invade o município natal, onde permanece por vários dias, fazendo autoridades reféns.
  2. Depois, sai de Alagoa do Monteiro/PB e vai a Juazeiro do Padre Cícero, levando consigo várias autoridades, inclusive um promotor de justiça. São muitos dias de viagem; é perseguido sem sucesso. Vai deixando as autoridades ao longo do caminho. Em Juazeiro, recebe a “proteção" de padre Cícero, com quem permanece por 6 meses; o padre era um revolucionário como Santa Cruz.
  3. Junta-se então a outros cangaceiros, formando um grupo de muito mais de uma centena de homens justiceiros!
  4. Resolvem invadir Campina Grande na Paraíba. De Juazeiro a Campina a viagem é muito longa; antes, outras cidades são invadidas.
  5. Para chegar a Campina, tinha que enfrentar o destacamento de São João do Cariri; alguns militares contra muitos cangaceiros
  6. Em São João do Cariri, a batalha começa; os Cangaceiros pensam erradamente que o exército estava dando apoio ao delegado
  7. Cangaceiros batem em retirada; formam vários grupos; Campina Grande não é invadida; começa a perseguição aos fugitivos; vários morrem.
  8. Levado a julgamento por seus crimes (políticos?), Santa Cruz é absolvido de todos; deixa o cangaço (ou a revolução que pretendia?)
  9. Passado o tempo, Santa Cruz torna-se juiz de direito; mas já era conhecido como o bacharel cangaceiro. Certo dia, já juiz, chega a se deparar com uma emboscada de Lampião, que apenas queria conhecer o bacharel cangaceiro, homem valente ... Lampião não teve o apoio de Santa Cruz e deixou as terras de sua Comarca.
  10. Santa Cruz ficou conhecido como juiz justo e independente.
Bem, aqui só são tópicos tirados do twitter. Para compreender tudo somente lendo o livro, que está esgotado...

Para conhecer um pouco mais sobre o cangaço: http://lampiaoaceso.blogspot.com/

2 comentários:

Unknown disse...

Veja documentário que o doutor valdecy fez sobre Padre Cícero, após dois anos de filmagens. Intitulado: PADIM CIÇO, SANTOU OU CORONEL? Se gostar, comente, avalie e divulgue. Pode acessar através do blog: www.valdecyalves.blogspot.comvisualizar o recado inteirorecolher recado

SOS DIREITOS HUMANOS disse...

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...




"As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
têm direito inalienável à Verdade, Memória,
História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado




O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA


No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato "JOSÉ LOURENÇO", paraibano de Pilões de Dentro, seguidor do padre Cícero Romão Batista, encarados como “socialistas periculosos”.



O CRIME DE LESA HUMANIDADE


O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.


A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS


Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará É de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira e pelos Acordos e Convenções internacionais, por isto a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos



A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO


A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.



AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5


A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;



A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA


A SOS DIREITOS HUMANOS, igualmente aos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo desaparecimento forçado de 1000 pessoas do Sítio Caldeirão.


QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA


A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem encontrar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes procurados no "Geopark Araripe" mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?



A COMISSÃO DA VERDADE


A SOS DIREITOS HUMANOS deseja apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e que o internauta divulgue esta notícia em seu blog, e a envie para seus representantes na Câmara municipal, Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal que informe o local da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.



Paz e Solidariedade,



Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
www.sosdireitoshumanos.org.br