Ontem, enquanto tomava água de coco, engatei com o dono da banca
uma conversa sobre o Brasil-Crise. O
vendedor me falou de que nao sabe o que é pior: se a ditadura dos militares ou a
dos civis... Continuei ouvindo. Era pior o sangue derramado pelos militares ou
dinheiro “roubado” pela ditadura dos civis na corrupcao de hoje? Refleti...
Ele me finaliza dizendo: "Não entendo porque juízes julgam que um quilo de chumbo é mais pesado do
que um quilo de algodão".
Tem razão o nosso vendedor. Talvez tenha percebido as contradições
de um País cujo futuro se chama Rei Sebastiao. Saímos da era do pau de arara
para a da arara no pau. O que isso significa? Significa que nos tempos de pau
de arara, as araras sofreram amargamente com a violência politica, indevidamente
controlada por uma inércia Judiciário que beirou a cegueira.
O discurso de Mello faz um convite a novas lentes, ao
ativismo, ao reconhecimento da arara. Não é que a arara mudará pelas mãos do
judiciário. Não, caro ouvinte. É que a arara mudou; está no e com o pau. Os movimentos
sociais foram elevados à condição de sujeitos coletivos de direitos, direitos que
surgiram de uma fonte não formal. Um direito que não nasceu no ou pelo Judiciário,
mas fruto de sua inércia. A arara e seus novos direitos encontram
justificativas agora para elas mesmas caírem no pau.
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