domingo, 12 de junho de 2011

Sistema de grafite eletrônico abre possibilidades a uma nova manifestação da contracultura




Ensaios com LEDA primeira invenção surgiu de uma conversa banal entre os dois génios. Pegaram num LED (pequeno emissor de luz), puseram-lhe um íman, dotaram-no de uma bateria e criaram um píxel. Foram para a rua e atiraram-no a uma ponte metálica mesmo em frente ao laboratório. Depressa perceberam que a tecnologia só iria funcionar se fosse massificada. Criaram dezenas de LED e, dias depois, fizeram uma demonstração do LED Throwie na parede ao lado do edifício onde trabalhavam. A meio da noite, já havia cerca de trinta pessoas a brincar com os LED e a atirá-los à parede, inclusive os seguranças do bar do lado.

Depois do sucesso do primeiro projecto, a dupla Evan Roth e James Powderly aprofundou os conhecimentos sobre a arte do graffiti e pensaram em criar um protótipo que permitisse aos graffiters e não só, expimirem-se de uma forma legal e sem recorrer a sprays para pintar paredes. Durante dois meses dedicaram-se ao projecto, gastaram mais de oito mil euros e desenvolveram um protótipo cintilante e poderoso. Para ter mobilidade total, o sistema foi montado em cima de uma bicicleta.

Pintar paredes sem usar tintaRecorrendo apenas à luz, Evan Roth desenvolveu a tecnologia ideal para os activistas manifestarem as suas ideias e fazerem até protestos políticos. O L.A.S.E.R. Tag é composto por um projector comum, uma câmara CCTV e um computador portátil, combinados com ponteiras de laser verdes. Pressionando o laser, o activista projecta um desenho na parede de um qualquer edifício. Este é captado pela câmara, analisado e posteriormente comunicado ao projector, que o reproduz em tempo real. A luz parece um graffiti verdadeiro a ser pintado na parede, só não deixa marcas. É legal e a polícia não pode fazer nada.



O L.A.S.E.R. Tag permitiu que a arte do graffiti chegasse às massas e que os activistas aproveitassem o sistema para criticar a Administração Bush, assim como algumas campanhas publicitárias que dominam o mercado. Entre os sprays e os marcadores, o L.A.S.E.R. Tag pode ser usado por qualquer um. O objectivo é dar voz às pessoas para que possam intervir em espaços públicos. Evan e James foram contactados por conceituadas marcas que mostraram interesse comercial no potencial do sistema. Mas a dupla de génios rejeitou todas as propostas porque criaram a tecnologia para ser subversiva e não para ter uso comercial. Por isso mesmo, há quem a apelide de vandalismo electrónico. Evan Roth e James não se incomodam com o rótulo.

A invenção popularizou-os e permitiu-lhes viajar à volta do mundo, fazendo exposições, demonstrações em cidades como Seul, na Coreia do Sul, e em Barcelona (Espanha), entre muitos outros países, conhecendo pessoas interessantes que lhes deram ideias novas. Numa cama de hospital encontraram Tony Kwan, um graffiter conhecido por Tempt que renovou o cenário do graffiti em Los Angeles. Tinham-lhe diagnosticado Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença neuromuscular degenerativa que faz com que os músculos de todo o corpo deixem de responder aos comandos do cérebro, incluindo a fala.



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