sábado, 21 de abril de 2012

Continuando a comentar o discurso de Mello. Dos tempos do pau de arara à arara no pau


Ontem, enquanto tomava água de coco, engatei com o dono da banca uma conversa sobre o Brasil-Crise. O vendedor me falou de que nao sabe o que é pior: se a ditadura dos militares ou a dos civis... Continuei ouvindo. Era pior o sangue derramado pelos militares ou dinheiro “roubado” pela ditadura dos civis na corrupcao de hoje? Refleti... Ele me finaliza dizendo: "Não  entendo porque juízes  julgam que um quilo de chumbo é mais pesado do que um quilo de algodão".
Tem razão o nosso vendedor. Talvez tenha percebido as contradições de um País cujo futuro se chama Rei Sebastiao. Saímos da era do pau de arara para a da arara no pau. O que isso significa? Significa que nos tempos de pau de arara, as araras sofreram amargamente com a violência politica, indevidamente controlada por uma inércia Judiciário que beirou a cegueira.
O discurso de Mello faz um convite a novas lentes, ao ativismo, ao reconhecimento da arara. Não é que a arara mudará pelas mãos do judiciário. Não, caro ouvinte. É que a arara mudou; está no e com o pau. Os movimentos sociais foram elevados à condição de sujeitos coletivos de direitos, direitos que surgiram de uma fonte não formal. Um direito que não nasceu no ou pelo Judiciário, mas fruto de sua inércia. A arara e seus novos direitos encontram justificativas agora para elas mesmas caírem no pau. 

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