terça-feira, 13 de março de 2012

FILME: Planeta dos Macacos ajuda a entender o Direito Penal para concuros. Reflexões sobre o elo perdido do saber.



Pensando nos caminhos que temos que evitar para conhecer ou chegar ao "verdadeiro" Direito Penal. Começo assim o semestre me preparando para retornar à sala de aula trazendo um clássico do cinema: Planeta dos Macacos.
Há várias explicações para o Planeta dos Macacos (Planet of the Apes) de 1968. Cada uma melhor do que outra. A minha talvez seja menos provável, mas não deixa de interessar aos que amam a pesquisa científica.
Vamos ao filme:
Cornelius desenvolve pesquisas que o levam à hipótese científica de que o macaco teria um elo perdido, comum aos humanos, que no filme são seres inferiores. Mesmo incentivado por Zira a continuar com os estudos, Cornelius depende da aprovação  da academia, especialmente do Dr. Zeios, macaco que exerce no ministério da ciência a defesa da "doutrina dominante". Religião e ciência se intercalam como um problema para Zeios, que  desaprova as pesquisas do jovem Cornelius por temer a descoberta da superioridade humana.
Mesmo diante da resistência  de Zeios, Cornelius e Zira avançam e arriscam as carreiras quando num tribunal científico resolvem defender um homem. Diante das tentativas de mascarar a inferioridade humana, a academia reluta em acreditar na tese do elo perdido. Cornelius e Zira são dessa forma acusados de heresia cientifica justamente porque propõe uma explicação que separa a ciência da religião. Será que Zeios consegue parar o conhecimento?
Existe uma burocracia científica capaz de estabelecer uma política para o saber? É este o ponto de vista que tomo para o filme. 
Erich Fromm planta esta questão central ao criticar  o papel da burocracia científica no desenvolvimento dos sistemas de conhecimento humano. Para Fromm, as autoridades do conhecimento determinam para onde segue o dinheiro das pesquisas e dessa forma  influenciam o controle da direção  do saber. Para ele, isso ficou evidente no “movimento” psicanalítico, quando a burocracia tentou determinar o que devia ser chamado “psicanalise”.
Em Planeta dos Macacos, a burocracia científica tenta impedir o desenvolvimento do conhecimento a respeito dos homens. Hoje em dia, as autoridades do conhecimento também determinam para onde segue o saber a respeito de muitas coisas. O saber às vezes segue caminhos mais lucrativos! Resta-nos encontrar a liberdade descobrindo as evidências dessa burocracia e as razões políticas pelas quais estamos pensando de uma certa forma.
Vamos começar a pensar a respeito da burocracia científica e o que se escreve nos manuais para concursos? Onde está a ciência? Inventamos o direito penal para concursos?

Para continua a pensar sobre isso, recomendo a leitura: FROMM, Erich. "A Descoberta do Inconsciente Social: contribuição ao redirecionamento da psicanálise". Trad. Lúcia Helena S. Barbosa. São Paulo: Manole, 1992, p. 29.

Nenhum comentário: