sábado, 21 de janeiro de 2012

A sociedade é excludente para muitos, menos para Luíza que está no Canadá. Entenda isto à luz da criminologia...

Vejam (até o final) este comercial de um empreendimento imobiliário.











Elevador privado, 4 vagas na garagens; um lugar para poucos, mas Luíza está no Canadá.... 


Luíza não estava em Ruanda, o País mais pobre do mundo. Guiné ou Benin também não  importaram aos produtores do comercial. O Canadá sim. Por que será?


O comercial acima pode ser muito representativo de um ato falho sugestivo da sociedade excludente.


Perceba que o apresentador, ao final, destaca muito bem a posição geográfica de sua filha. Ela "está no Canadá" e não na Paraíba, onde o comercial fora exibido.


A frase final da publicidade causa  estranheza a quem ouve do ponto de vista crítico, tanto que o #LuizaEstánoCandá tem ocupado um espaço nas redes sociais. Acompanhei muitos dessas brincadeiras pelo twitter...


É divertido até certo ponto, mas o #LuizaEstánoCandá pode ser visto de um ponto criminológico muito sério. É isto o que me interessa...


A sociedade excludente se instala como um paradigma pós-moderno inevitável. Já não me basta dizer "com quem andas", mas "onde andas". O espaço determina a função que a pessoa exerce ou deve exercer na sociedade. A "mulher no lar", o "homem no trabalho" já não bastam também... A mulher em férias na Califórnia ou o homem em viagem de negócios na Europa ... E o pária na prisão. Cada qual em seu quadrado.


O paradigma da exclusão, portanto, parte de um pressuposto inconcebível: a super sociedade, a sociedade perfeita, assim como o empreendido imobiliário elegante da sociedade. 


Lembro de um empreendido lançado em São Paulo, no qual havia mais espaço na garagem para os carros da família do que para a empregada... O espaço e a exclusão novamente; aqui não em forma de dor, mas como negação, o que pode ser muito mais cruel...


Todos sabemos que é impossível uma super sociedade, perfeita e total, como queria Hitler e a sua "classe média". A classe média, sempre ela...


Mas para a classe média já basta uma "sociedade perceptível", ainda que aqui no Brasil. 


O mundo perfeito perceptível é o que queremos e para tanto são necessárias muralhas, divisões. É preciso excluir, como solução final, finalmente.


Os condomínos de luxo se elevam ao lado de favelas; não há crises existenciais nesta divisão de paredes, pois o paradigma excludente nega a individualidade de quem não ocupa "o super espaço".


O oposto ao super espaço? A prisão, mas isso já é história para outra postagem...







Outros publicitários já sacaram a tirada:


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