Professor, ontem eu esqueci de mencionar que o EUA foi que primeiro impulsionou a política proibicionista. Nada obstante, procedeu dessa forma para instaurar uma política de DP do Autor, já que não podia criminalizar os mexicanos pelo que eles eram, condenaram, com efeito, seus hábitos, dentre os quais estava o hábito de fumar maconha. Tal prática serviu de escopo para a seletividade punitiva em diversas nações, inclusive o Brasil. O Brasil é uma mostra típica de política proibicionista seletiva (e, para fundamentar tal tese, aconselho a leitura do livro Acionistas do nada: quem são os traficantes de drogas, de Orlando Zaccone). Desde o início do século XX, o proibicionismo serviu para condenar os hábitos de uma classe marginalizada, proveniente da etnia africana, personificada nos negros favelados do Brasil. Hoje, conforme se pode depreender da análise empírica, a realidade carcerária está abarrotada de infratores em virtude das drogas, contudo a extrema maioria é proveniente das camadas populares (como se observa pela expressiva quantidade de envolvidos nessas questões no sistema carcerário). E isso não é reflexo de um menor consumo dessas substâncias pelas camadas mais abastadas, de fato não o é. O que há, na verdade, é uma maior vulnerabilidade dos pobres, pois estão sempre em zonas de riscos, abertas à incursão do aparato policial, enquanto o consumo e a traficância efetuada pela classes altas se dão dentro dos espaços privativos dos clubes e condomínios de luxo. Essa uma questão séria a se pensar. Sugiro o amadurecimento com um debate interno ao lições e à base de pesquisa.
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2 comentários:
Grande e ilustre Fábio Ataíde,
Sobre o email, deixo no ar apenas uma pergunta: a quem interessa ter uma população, por assim dizer, entorpecida pelas drogas? Cordial abraço. Odinei Draeger
Ínclito professor, obrigado pela honra de ocupar um localzinho aqui no seu blog. :)
A respeito do comentário passado, acredito que se deve mudar o foco da questão.
A quem interessa a manutenção da criminalização? É preciso um estudo econômico e sociológico profunda para responder e apurar quais as devidas respostas a essa e a pergunta passada.
Cordialmente,
Gabriel Bulhões
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