terça-feira, 29 de março de 2011

@VEJA, 28/03/11 19:20: 66% do material bélico contrabandeado para o Brasil vem do Paraguai

VEJA (@VEJA)
28/03/11 19:20
As rotas da violência migre.me/48nVL

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Finalizada em novembro de 2006, a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou o tráfico de armamentos em todo o território nacional baseada em dados fornecidos pelo Ministério da Justiça e pela Polícia Federal concluiu que 66% do material bélico contrabandeado para o Brasil vem do Paraguai. "O principal corredor de armas é o Paraguai, não há dúvidas", diz o deputado Paulo Pimenta, do PT do Rio Grande do Sul, que foi relator da CPI. De cada 100 armas em posse de criminosos brasileiros, 29 foram roubadas dentro do país (a maioria de funcionários de empresas de segurança) e 71 chegaram por contrabando, informa uma pesquisa da RCI First Security and Intelligente Advising, empresa de Segurança Privada sediada em Nova York, especializada em análise e gestão de risco, responsável pela construção da maioria dos 120 bunkers que existem hoje no Brasil. Dessas, 5% desembarcam por mar, vindas de outros continentes, 8% vêm da Bolívia, 17% do Suriname e a maioria absoluta, 68%, do Paraguai. Com 6,3 milhões de habitantes, o país, que em 1870 perdeu a guerra para a aliança formada entre Brasil, Uruguai e Argentina, agora importa uma quantidade de armas suficiente para equipar todos os integrantes da população.

Sem violar qualquer lei, 19 empresas paraguaias importam pistolas Glock da Áustria, fuzis AK-47 da Rússia, AR-15 dos Estados Unidos e metralhadoras genéricas da China – que têm coronha de plástico e com frequência apresentam defeitos funcionais que aborrecem os traficantes cariocas. De cada 100 armas que o Paraguai compra, 81 são importadas legalmente, revela a pesquisa. Devidamente embalado e registrado em notas fiscais, esse armamento chega em contêineres pelo porto de Paranaguá, no Paraná, conhecido por especialistas em segurança como o "porto do Paraguai". Dali, o carregamento segue por estradas federais brasileiras até o Paraguai e é entregue às importadoras. O engenheiro Ricardo Chilelli, especialista em Segurança Internacional e diretor-presidente da RCI First, revela que, assim como os chineses monopolizam o contrabando de produtos piratas, os russos controlam o contrabando de armas no continente. "Isso faz com que as estatísticas de exportação se invertam", conta. Só 17% das exportações de armas feitas pelo Paraguai acontecem dentro da lei. A imensa maioria, 83%, é fruto do contrabando.

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