segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
O seqüestro pode ser virtual, mas o resgate é sempre cash
O país que inventou o seqüestro relâmpago finalmente se rende ao mercado de seguros. Agora, podemos dormir tranqüilos. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou a realização de seguros contra seqüestro. Antes, quem desejava segurar-se contra este tipo de crime tinha que recorrer a seguradoras estrangeiras.
As regras ainda não foram definidas, mas já estou imaginando que sairá caro contratar este seguro em algumas cidades. A nova modalidade de seguro é muito simples: o seguro-resgate será pago à vítima de seqüestro, ou seja, se você for seqüestrado, fique tranqüilo, porque o seguro ressarcirá o resgate pago.
Será que o crime organizado praticará mais seqüestros? O mercado de cativeiros vai inflacionar? Para responder essas questões, a equipe de U Inverso conversou com um corretor de cativeiros, Roberval Palhares (nome fictício), direto de Bangu I. Disse Palhares que não acredita no aumento da criminalidade, pelo menos nas grandes cidades, onde o mercado já possui uma demanda muito grande. Palhares confirmou, no entanto, que deverá haver uma pequena inflação no caro mercado de aluguel de cativeiros.
Já estou pensando em fazer o meu seguro com direito a cativeiro vip, com acomodação individual, serviço de quarto, água quente e uma bela vista para o mar. Tortura excluída. Se for seqüestrado, avisarei logo: “Tenho cobertura para cativeiro vip”.
Perguntamos a Palhares o que o cidadão deve fazer para evitar seqüestros. Disse o expert que as medidas são bem simples e eficazes. Levando em consideração que a maioria dos seqüestros acontece com empresários e durante a saída de casa ou na chegada ao trabalho, recomendou Palhares que o cidadão empresário mude de profissão e vá seguir a carreira assalariada. Também seria muito útil para evitar seqüestros que o cidadão não saísse de casa ou mesmo nunca mais fosse ao trabalho. É simples assim...
“Aqui no Brasil, o seqüestro pode ser virtual, mas o resgate é sempre cash”, advertiu Palhares. Hei, por que ainda não inventaram o seqüestro parcelado, com débito no cartão? A modalidade “saidinha de Banco” é considerada seqüestro ou “extorsão mediante passeio”?
Bem, dúvidas à parte, como o Brasil é aquele lugar onde o crime impossível sempre acontece, vamos pensar positivo... Agora estamos livres dos abusos das corretoras estrangeiras. Por outro lado, para quem não pode pagar o seguro, sempre resta a opção de ir morar no estrangeiro...
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PS: Valeu Jessé, esta postagem é para você, que vai para a Espanha.
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