quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um (e)leitor escreveu-me perguntando sobre o que eu achava da exigência do documento para o exercício do voto. Antes da pergunta, digo que duvido até da constitucionalidade da obrigatoriedade do voto. Em 2008, no meu antigo blog, publiquei uma entrevista fictícia; a "Sociedade em crise" entrevistara o cientista político ROBERVAL PALHARES



A sociedade em crise é uma entidade privada com fins lucrativos formada por membros de vários segmentos do mundo acadêmico e político do país.
Neste processo eleitoral, a sociedade em crise resolveu prestar uma decisiva contribuição à valorização do debate científico ao entrevistar um de seus membros mais prestigiados, o cientista político ROBERVAL PALHARES
PALHARES tem um notável currículo. Os seus pais, Sr. Roberto e dona Valdete, vieram de classe baixa, mas conseguiram dar ao seus filhos o que a escola pública tem de melhor.
Vamos então à entrevista exclusiva, que foi concedida em sua cobertura localizada num excelente bairro da cidade:
SOCIEDADE EM CRISE - Professor, o que o sr. entende pela preocupação nacional com o IDEB (índice de desenvolvimento da educação de base)?
ROBERVAL - Não sei ao certo o que significa o IDEB, mas acredito que seja um índice que mede a nossa debilidade. Estamos com um índice muito alto. Precisamos urgentemente retornar a patamares respeitáveis mais inferiores e condizentes com nossa superioridade.
SOCIEDADE EM CRISE - O que o sr. tem a dizer ao eleitor que vende o seu voto por cestas básicas?
ROBERVAL - É lamental este tipo de conduta. O eleitor precisa se valorizar somente recebendo doações acima de 5000 pratas. Numa campanha tão cara, o eleitor não pode custar tão barato
SOCIEDADE EM CRISE - O que o sr. acha do voto obrigatório?
ROBERVAL - Sou contra a tudo que é obrigatório e, logo, não sou obrigado a responder a esta pergunta.
SOCIEDADE EM CRISE - Alguns candidatos estão na frente na disputa eleitoral. O que o sr. recomenda a eles?
ROBERVAL - Cuidado com o que está por trás deles. Sugiro que tomem nota (e notas) de tudo. Isso vai ser útil numa futura CPI ou inquérito da policia federal. Além do mais, é bom lembrar suas anotações a quem esquecer de pagar-lhe aquela nota.
SOCIEDADE EM CRISE - O que fazer para melhorar a deficiência de nossos alunos com a língua portuguesa?
ROBERVAL - É simples. Precisamos de uma revolução cultural no Brasil para aperfeiçoar o ensino da língua à nossa realidade.
SOCIEDADE EM CRISE - Como assim?
ROBERVAL - Poderíamos começar abolindo o uso ’ss’ na língua. Iríamos economizar muito tempo e dinheiro público com o ensino dos casos de uso dos dois ’s’. Todas as palavras seriam escritas com ‘ç’. Como num passo de mágica, milhares de pessoais não precisariam estudar o uso do “ss” e assim teriam mais tempo para fazer algo mais interessante do que estudar português.
SOCIEDADE EM CRISE - O que o sr. acha dagedoogbeleid (política de tolerância) do governo holandês no tocante ao uso de drogas leves em cafés?
ROBERVAL - Esta política de tolerância à droga tornou-se mesmo marca turística da Holanda. Muitas pessoas viajam até àquele país para fumarem um. O Brasil também há uma tolerância à droga. Quem duvida? As eleições estão aí como prova.
SOCIEDADE EM CRISE - O Sr. teve um encontro em Nova Iorque com o filósofo americano Noam Chomsky. O que perguntou-lhe?
ROBERVAL - Perguntei como se pronuncia o nome dele.
SOCIEDADE EM CRISE - E o que ele disse?
ROBERVAL -Sei lá; eu não falo inglês.
SOCIEDADE EM CRISE - Obrigado, professor.

texto publicado em 16 08 2008 no blog Sociedade em Crise, que era editado por Fábio Ataíde

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Enviem as suas perguntas a Roberval!


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