1 02 2008
Há um livro intitulado “Bibliotecas Vivas do Rio Grande do Norte” (Editora Sebo Vermelho, 2005), de Lívio Oliveira, que faz um inventário de algumas das maiores bibliotecas privadas de Natal. Achei muito interessante a temática desse livro. Câmara Cascudo teve uma das maiores bibliotecas privadas do Rio Grande do Norte, que está aberta à exposição pública, mas não pretendo falar dela.
Para este post, escolho a biblioteca de um desconhecido: INÁCIO MAGALHÃES DE SENA.
Primeiramente, Inácio Magalhães de Sena é um autodidata que só terminou o primário. Ele fez de sua casa uma biblioteca, situada no Bairro Cidade da Esperança, na Rua Olinda, Natal/RN.
Inacreditavelmente, o Sr. Inácio Magalhães de Sena já se desfez de mais cinco mil livros porque a sua pequena casa não acomoda tanto livro, que são adquiridos há mais de cinqüenta anos.
Dentre os temas que permeia sua biblioteca, estão as civilizações clássicas, cangaço, Canudos, literatura de cordel, psicologia, Psicanálise. Psiquiatria e livros religiosos em geral. Católico e estudante de religião comparada, chama-lhe atenção temas como Padre Cícero, judaísmo, hinduísmo, budismo, umbanda, maçonaria, religião africana do Maranhão, Tambores de Minas etc. Tem Dalai Lama como o homem do século e, segundo diz, tem tudo já escrito por Osho.
Como já não bastasse, ainda se dedica por cinema (Fellini, John Ford, Bergman, Walter Hugo Khouri etc) e viagens. Já catalogou mais de 13.000 filmes! Ufa, e não aderiu ao computador! Em sua biblioteca, ainda há espaço para as coleções (cartões de telefone, cartões postais, fotos, selos e postais sobre Nossa Senhora).
Também gosta de música. Escuta jazz ragtime (eu não sei o que é ragtime), música clássica e cantores antigos.
Ele escreveu um livro documentário sobre duas cidades da região onde nasceu (Ceará-Mirim e Extremoz), um dicionário sobre a Virgem Maria (em torno de cinco mil verbetes) e um dicionário de ilhas.
A lista de seus principais escritores é extensa:
“Agustina Bessa, Luís, Camães, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Miguel Torga, Saramago, Fernando Pessoa, portugueses; e Gogol, Dostoievsky, Turgueniev, Mugórki (mais russos do que soviéticos); na França, Yourcenar, Flaubert, Montaigne, Maurice Druon, Sartre. De língua inglesa, Dickens, Shakespeare, Thomas Hardy, os americanos Hemingway, Gore Vidal, Harold Bloom, Noam Chomsky, Susan Sontag, Mark Twain, William Saroyan (de origem armena); e os latinoamericanos, esse pessoal maravilhoso: Borges, Sábato, Gabriel Garcia Marques, Mário Vargas Llosa, Alenjo Carpentier, Octavio Paz, Juan Rulfo (dflcilmente existirá um texto como ‘Planalto em Chamas’), Sóror Juana de Ia Cruz, Miguel Angel Astúrias; além, obviamente, dos brasileiros José Lins do Rego, Graciliano, Jorge de Lima, Gilbelto Freyre, Mário Sette, Guimarães Rosa, Adélia Prado, LyaLuft, Clarice Lispector, Lígia Fagundes Telles, Josué Montello, ressaltando a importância de Gustavo Barroso, escritor de A Terra do Sol e destacando que o Nordestino que não o conhece “está mal”. Enfim, quase um cânone. Do mundo potiguar destaca: Cascudo, Américo de Oliveira Costa, Zila Mamede, Diva Cunha, Esmeraldo Siqueira (como importante crítico), Juvenal Antunes (satírico terrível, biografado por Dr. Esmeralda), Dorian Jorge Freire, Paulo de Tarso Correia de Meio, Bartolomeu Correia de Meio, Jarbas Maltins (como poeta e crítico), Jorge Fernandes, Vicente Serejo (na Crônica), Luís Carlos Guimarães. Os novos não julgo por não conhecê-Ias bem” (“Bibliotecas Vivas do Rio Grande do Norte”, 2005, p. 81).
O nosso ilustre desconhecido não valoriza participar de Academias ou Institutos equivalente, porque acha que perderia a liberdade de está com os amigos. É membro do Instituto Histórico e Geográfico, mas a contra gosto.
É ou não um personagem digno de nota? Digno de todos os méritos de uma sociedade? Mas isto parece que não acontece. Ele continua esquecido… Talvez só é isso que ele queira…
Há um livro intitulado “Bibliotecas Vivas do Rio Grande do Norte” (Editora Sebo Vermelho, 2005), de Lívio Oliveira, que faz um inventário de algumas das maiores bibliotecas privadas de Natal. Achei muito interessante a temática desse livro. Câmara Cascudo teve uma das maiores bibliotecas privadas do Rio Grande do Norte, que está aberta à exposição pública, mas não pretendo falar dela.
Para este post, escolho a biblioteca de um desconhecido: INÁCIO MAGALHÃES DE SENA.
Primeiramente, Inácio Magalhães de Sena é um autodidata que só terminou o primário. Ele fez de sua casa uma biblioteca, situada no Bairro Cidade da Esperança, na Rua Olinda, Natal/RN.
Inacreditavelmente, o Sr. Inácio Magalhães de Sena já se desfez de mais cinco mil livros porque a sua pequena casa não acomoda tanto livro, que são adquiridos há mais de cinqüenta anos.
Dentre os temas que permeia sua biblioteca, estão as civilizações clássicas, cangaço, Canudos, literatura de cordel, psicologia, Psicanálise. Psiquiatria e livros religiosos em geral. Católico e estudante de religião comparada, chama-lhe atenção temas como Padre Cícero, judaísmo, hinduísmo, budismo, umbanda, maçonaria, religião africana do Maranhão, Tambores de Minas etc. Tem Dalai Lama como o homem do século e, segundo diz, tem tudo já escrito por Osho.
Como já não bastasse, ainda se dedica por cinema (Fellini, John Ford, Bergman, Walter Hugo Khouri etc) e viagens. Já catalogou mais de 13.000 filmes! Ufa, e não aderiu ao computador! Em sua biblioteca, ainda há espaço para as coleções (cartões de telefone, cartões postais, fotos, selos e postais sobre Nossa Senhora).
Também gosta de música. Escuta jazz ragtime (eu não sei o que é ragtime), música clássica e cantores antigos.
Ele escreveu um livro documentário sobre duas cidades da região onde nasceu (Ceará-Mirim e Extremoz), um dicionário sobre a Virgem Maria (em torno de cinco mil verbetes) e um dicionário de ilhas.
A lista de seus principais escritores é extensa:
“Agustina Bessa, Luís, Camães, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Miguel Torga, Saramago, Fernando Pessoa, portugueses; e Gogol, Dostoievsky, Turgueniev, Mugórki (mais russos do que soviéticos); na França, Yourcenar, Flaubert, Montaigne, Maurice Druon, Sartre. De língua inglesa, Dickens, Shakespeare, Thomas Hardy, os americanos Hemingway, Gore Vidal, Harold Bloom, Noam Chomsky, Susan Sontag, Mark Twain, William Saroyan (de origem armena); e os latinoamericanos, esse pessoal maravilhoso: Borges, Sábato, Gabriel Garcia Marques, Mário Vargas Llosa, Alenjo Carpentier, Octavio Paz, Juan Rulfo (dflcilmente existirá um texto como ‘Planalto em Chamas’), Sóror Juana de Ia Cruz, Miguel Angel Astúrias; além, obviamente, dos brasileiros José Lins do Rego, Graciliano, Jorge de Lima, Gilbelto Freyre, Mário Sette, Guimarães Rosa, Adélia Prado, LyaLuft, Clarice Lispector, Lígia Fagundes Telles, Josué Montello, ressaltando a importância de Gustavo Barroso, escritor de A Terra do Sol e destacando que o Nordestino que não o conhece “está mal”. Enfim, quase um cânone. Do mundo potiguar destaca: Cascudo, Américo de Oliveira Costa, Zila Mamede, Diva Cunha, Esmeraldo Siqueira (como importante crítico), Juvenal Antunes (satírico terrível, biografado por Dr. Esmeralda), Dorian Jorge Freire, Paulo de Tarso Correia de Meio, Bartolomeu Correia de Meio, Jarbas Maltins (como poeta e crítico), Jorge Fernandes, Vicente Serejo (na Crônica), Luís Carlos Guimarães. Os novos não julgo por não conhecê-Ias bem” (“Bibliotecas Vivas do Rio Grande do Norte”, 2005, p. 81).
O nosso ilustre desconhecido não valoriza participar de Academias ou Institutos equivalente, porque acha que perderia a liberdade de está com os amigos. É membro do Instituto Histórico e Geográfico, mas a contra gosto.
É ou não um personagem digno de nota? Digno de todos os méritos de uma sociedade? Mas isto parece que não acontece. Ele continua esquecido… Talvez só é isso que ele queira…
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