domingo, 15 de abril de 2012

Presidente da AMARN, Juíza Hadja Rayanne, divulga nota ao Novo Jornal



Ilustríssimo Sr. CARLOS MAGNO DE ARAÚJO
Editor -chefe do Novo Jornal


Tomando conhecimento da matéria  veiculada na última edição do Novo Jornal, que circulou em 14 de abril de 2012, com o título “TJ potiguar é o terceiro pior em produtividade”, venho na qualidade de Presidente da A Associação de Magistrados do Rio Grande do Norte - AMARN, entidade que representa 270 Juízes de Direito e Desembargadores do Estado,  prestar alguns esclarecimentos.
Ciente da conduta deste jornal, que sempre busca prestar a melhor e mais qualificada informação possível, não poderia deixar de fornecer alguns esclarecimentos acerca do assunto, que quiçá, tragam novas luzes sobre o tema, abordando questão que deixou de ser enfocada na referida matéria. Estou certa, conhecendo o compromisso desse veículo com a verdade, que o jornal não deixará de dar o devido enfoque a esta carta.
Os números são uma seara fascinante e como regra servem de parâmetro inatacável de comparativo, objetivando as avaliações das mais diversas atividades humanas. Porém quando lançados fora de um contexto podem levar a conclusões inverídicas.
É necessário frisar que hoje temos quase 100 (cem) vagas para juiz no nosso Estado, dentro de um universo total de menos de 300 vagas previstas em lei, ou seja, temos hoje um terço das nossas varas ou comarcas vagas.
Atualmente, todas as comarcas de primeira instância e a maior parte das comarcas de segunda, estão sem juiz, situação que atinge gravemente a população do Estado, principalmente a do interior. Saliento que o último concurso para juiz aberto no Rio Grande do Norte se deu em 2001, o que enfatiza que estamos há mais de uma década sem atualizar nossos quadros.
Os números colhidos pelo CNJ e apontados na matéria destacada,  acerca da produtividade dos Tribunais, considera a instituição por inteiro, e se confrontados com a situação  numérica exposta acima, informa irrefragavelmente que nenhuma instituição pode estar “bem na fita” e realizar boa produção de trabalho, quando está desfalcada em um terço de seus membros. Em números não se pode fazer 100 com 60!
A forma como a matéria foi redigida permite a falsa  conclusão aos leitores de que os magistrados potiguares estão a trabalhar pouco, quando a realidade é bem o contrário: a expressiva maioria  dos juízes potiguares está respondendo por mais de uma comarca,  para tentar resolver pelo menos os problemas mais urgentes das comarcas do interior. Some-se a essa carência, a ausência de servidores em todo o Estado, pois o Judiciário potiguar está com desfalque de aproximadamente mil auxiliares.
Os números do CNJ são irrefutáveis, porém não podem levar a outra conclusão senão a urgência e mesmo imprescindibilidade da realização do concurso para juiz. Suprida esta deficiência, tenho certeza caro editor, que os números contarão uma história bem diferente.
            Finalizo depositando minha confiança no Novo Jornal, certa de que este veículo dará o devido destaque as estes necessários reparos  trazidos  nessa carta.
            Com a cordial atenção de sempre.

Juíza Hadja Rayanne Holanda de Alencar
Presidente da AMARN

POLÍTICA | Mal na fita | Blog do Novo - Novo Jornal

novojornal.jor.br/blog/2012/04/14/politica-mal-na-fita/
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